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Radioablação ou Ablação por Microondas

Atualizado: 9 de abr.

Uma solução minimamente invasiva para o tratamento de tumores hepáticos


Dr. Miki Mochizuki - Médico Cirurgião do Aparelho Digestivo - Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva - Professor da Disciplina de Cirurgia da UAM
Dr. Miki Mochizuki - Médico Cirurgião do Aparelho Digestivo - Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva - Professor da Disciplina de Cirurgia da UAM

Imaginem poder tratar um tumor no meio do fígado apenas com uma agulha e poder ir para casa poucas horas depois para retomar suas atividades cotidianas! É com essa intenção que as cirurgias e procedimentos minimante invasivos se apresentam. Um dos grandes desafios que temos na medicina e na cirurgia moderna é oferecer tratamentos que propiciem uma recuperação completa, rápida e sem sequelas, ou com o mínimo de sequelas possível.


No caso de tumores primários ou mesmo secundários que acometem órgãos como o fígado, é possível realizar um procedimento chamado radioablação ou ablação por microondas, em casos selecionados, para eliminá-los, literalmente aquecendo o tecido tumoral até que as células malignas sejam destruídas. Nesses procedimentos, o tecido tumoral é aquecido entre 60 a 100 graus centígrados, causando a desnaturação das proteínas das células.

Esse procedimento é realizado com o uso de um eletrodo em formato de agulha, que é inserido no tumor, conectado a um equipamento que gera um campo eletromagnético que é transmitido através desse eletrodo, causando danos ao tecido dentro de uma área limitada, bem determinada. Justamente por essa característica os procedimentos de ablação são limitados ao tratamento de lesões pequenas, de até três centímetros de diâmetro.


Todo procedimento é guiado com o uso de equipamentos de imagem em tempo real, como ultrassonografia ou tomografia computadorizada. A ressonância nuclear magnética, embora muito útil na avaliação pré e pós-ablação, não se presta à realização do procedimento pois além de não permitir o uso de equipamentos que geram campos eletromagnéticos conjuntamente, a atual tecnologia não permite gerar imagens em tempo real e possui elevado custo.


A radioablação e a ablação por microondas pode ser feita com o paciente sob anestesia geral tanto dentro de um centro de imagens, como no centro cirúrgico, através de um pequeno orifício feito na pele, ou com o auxílio de cirurgia vídeo-laparoscópica ou toracoscópica, ou mesmo através de incisões em cirurgia tradicional, conforme a situação. Envolve a participação de um médico anestesita, um radiologista intervencionista ou de um radiologista e um cirurgião com expertise na área, oncologistas e hepatologistas, além de toda equipe multiprofissional de apoio.


O emprego dessa tecnologia, embora muito atraente, não substitui ainda as cirurgias tradicionais por via aberta ou laparoscópica em sua totalidade, pois estudos mostram que o risco de recidiva tumoral ainda é menor nas ressecções. Mas é uma tecnologia muito vantajosa nos casos em que há elevado risco para a realização dos procedimentos tradicionais. Atualmente a ablação é utilizada com bons resultados no tratamento de hepatocarcinomas, como ponte para o transplante de fígado (que muitas vezes é o tratamento definitivo), nos colangiocarcinomas intra-hepáticos, metástases de tumores de cólon e tumores neuroendócrinos.


Nenhum procedimento é isento de risco e é importante salientar que a ablação também tem riscos, como dor, infecção e sangramento, que podem ocorrer em menos de 2% dos casos. Esse percentual é consideravelmente menor do que os riscos implícitos em um procedimento cirúrgico convencional, que gira na casa dos 10 a 15%, e é importante frisar novamente que por enquanto a ablação não substitui a cirurgia em termos de recidiva tumoral. Por isso, é importante ter em mente que a ablação é uma alternativa em casos específicos e que deve ser discutida com um médico especializado no assunto.


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