Quando o Sintoma Existe, Mas o Diagnóstico Não Aparece
- Onco SP
- 9 de mar.
- 2 min de leitura
A prática médica por vezes envolve casos em que a ciência não oferece respostas claras sobre a origem de determinados sintomas e uma confirmação diagnóstica plausível, gerando consequências

Mesmo diante de toda a tecnologia e recursos disponíveis, a prática médica muitas vezes se depara com uma zona cinzenta no enfrentamento de doenças e sintomas. De um lado, há situações em que a medicina, fundamentada em evidências científicas, é capaz de identificar com clareza a causa de um problema e oferecer um diagnóstico preciso, seguido de um tratamento eficaz. Nesse cenário, a ciência cumpre seu papel, trazendo respostas objetivas e soluções que beneficiam diretamente os pacientes.
No entanto, no outro extremo, existem casos em que a medicina não consegue esclarecer a origem de determinados sintomas ou condições. Nesses momentos de incerteza, é comum que muitos médicos atribuam o problema a outras causas, como por exemplo relacionadas a fatores emocionais, psicológicos ou cognitivo-comportamentais. Essa abordagem pode ser útil em algumas situações, mas nem sempre reflete a verdadeira origem de uma moléstia. O risco surge quando essa explicação é adotada como uma solução definitiva para casos em que o campo científico ainda não foi capaz de desvendar as causas reais.
O grande dilema está exatamente nesse ponto: tratar pacientes com base em suposições psicológicas ou comportamentais quando, na realidade, o problema pode ter uma origem física ou biológica ainda desconhecida pela ciência. Isso pode levar a tratamentos inadequados e até mesmo ao agravamento da condição do paciente, que não recebe o cuidado necessário para sua verdadeira causa.
Além disso, essa incerteza abre espaço para um oportunismo, deslocado da metodologia investigativa e de um mínimo empirismo clínico , em um cenário, cuja presunção de soluções avançam e surgem, neste meio, abordagens duvidosas e promessas infundadas que diante da vulnerabilidade dos pacientes em busca de respostas e alívio, ganham adeptos.
Essa lacuna no conhecimento médico evidencia os limites da ciência atual e reforça a necessidade de uma abordagem mais cautelosa e investigativa. Reconhecer que há áreas ainda inexploradas ou pouco compreendidas na medicina é essencial para evitar diagnósticos precipitados e tratamentos equivocados. Afinal, tratar um sintoma sem compreender sua verdadeira causa pode trazer mais prejuízos do que benefícios ao paciente. A conscientização sobre essas questões é fundamental para proteger os pacientes e promover uma prática médica ética e responsável frente ao dilema "Quando o sintoma existe e o diagnóstico não aparece".
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