Por que Remover o Câncer Cirurgicamente Nem Sempre Significa o Fim do Problema?
- Onco SP
- 6 de mar.
- 2 min de leitura
Atualizado: 10 de mar.
A cirurgia oncológica é , sem dúvida, um dos pilares do tratamento do câncer, porém para muitos casos pode não ser uma solução única e definitiva

A cirurgia é uma das principais armas no combate ao câncer, especialmente em estágios iniciais, onde a remoção do tumor pode ser curativa. No entanto, a ideia de que retirar o câncer cirurgicamente é sinônimo de cura definitiva é um equívoco que perdura no imaginário de muitos. Existem várias razões pelas quais a cirurgia, por si só, nem sempre resolve o problema do câncer de vez.
1. Complexidade do Câncer
O câncer é uma doença multifacetada, com diferentes tipos e estágios. Em casos avançados, onde o tumor se espalhou para outras partes do corpo, a cirurgia pode ser apenas uma parte do tratamento, visando aliviar sintomas ou melhorar a qualidade de vida, mas não necessariamente curar.
2. Riscos e Complicações Associados
A cirurgia pode envolver riscos significativos, como hemorragia, infecções e danos a tecidos próximos. Esses riscos podem ser particularmente preocupantes em pacientes com doenças pré-existentes que aumentam a complexidade do procedimento.
3. Localização e Acessibilidade do Tumor
Quando o tumor está localizado em áreas de difícil acesso ou em regiões delicadas, como o cérebro ou o pâncreas, a cirurgia pode ser extremamente complexa ou até mesmo impossível sem causar danos significativos, sendo necessária a discussão entre o cirurgião e médicos de outras especialidades para avaliar outras alternativas factíveis diante do risco.
4. Tratamentos Complementares
Muitas vezes, a cirurgia é uma parte do tratamento protocolar, sendo necessário o emprego combinado de tratamento sistêmico ou radioterapia para aumentar a chance de eliminar as células cancerígenas. Isso significa que, mesmo após a cirurgia, o paciente ainda precisará de outros tratamentos com a intenção de alcançar a cura ou controle da doença.
5. Recaída e Metástases
Mesmo após uma cirurgia bem-sucedida, existe o risco de recaída ou metástases, onde células cancerígenas podem permanecer ou se espalhar para outras partes do corpo. Isso exige monitoramento contínuo e possíveis tratamentos adicionais.
6. Desafios no Acesso ao Tratamento
Além disso, muitos pacientes enfrentam desafios para acessar tratamentos cirúrgicos adequados devido à desigualdade na distribuição de recursos e à escassez de especialistas em oncologia, especialmente em áreas remotas.
Em resumo, embora a cirurgia seja uma ferramenta crucial no tratamento do câncer, ela não é uma solução única e definitiva em todos os casos. A complexidade da doença, os riscos associados à cirurgia e a necessidade de tratamentos complementares são apenas alguns dos fatores que explicam por que a remoção cirúrgica do câncer nem sempre resolve o problema de vez.
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